O gerente de Logística, Carlos Magno Ribeiro Leite; a coordenadora de Facilitação e Atendimento ao Cliente, Reijany M. C. Castro; o coordenador de Importação Joel Santos Nascimento, todos da Infraero; Carlos Eduardo Paula Leite Gouvêa, secretário Executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial – CBDL; João Gomes de Moraes, diretor presidente da J. Moraes Solução em Logística Internacional, e Antonio Louzano, também da J. Moraes, e Júlia Verçosa, analista de Planejamento da Abbott, estiveram reunidos no início de agosto (09/08), nas dependências do Aeroporto Internacional de Guarulhos/Cumbica, para discutir a atual situação por que passa o aeroporto, que em função de uma demanda crescente, apresenta problemas em quase todos os elos da cadeia logística, especificamente no que tange o terminal de importação do aeroporto.
O representante da CBDL, Carlos Gouvêa, que também representava a ABCV, Associação Brasileira de Ciências da Vida e a ABIAD, Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos, apresentou sua preocupação ao explicitar as principais características dos produtos importados pelos associados das entidades. “São produtos especiais, muitos com temperatura controlada e que requerem tratamento específico”, informou. “Estamos preocupados, pois o sistema está em colapso. Nosso objetivo é tentar ajudar da melhor maneira possível para tentar aliviar a situação e, assim, não sofrer tanto com a sobrecarga do sistema”.
Diante do apresentado, o gerente de Logística da Infraero informou os avanços para sanar as principais dificuldades da empresa. “Conseguimos aumentar nosso efetivo com 40 novos operadores”, explicou Carlos Magno. “Entre o final de junho e meados de julho, com toda a situação de represamento de carga e com significativos atrasos no recebimento, deslocamos grande parte deste efetivo para lá. No início de agosto, detectamos problemas na armazenagem onde também direcionamos outros operadores. Trabalharemos assim até alcançar a normalidade”.
Segundo Magno, com a economia novamente em desenvolvimento, houve significativa retomada na movimentação nos Tecas de Guarulhos (Terminais de Cargas) e a Infraero já dispõe de outras ações para resolver o problema de aumento de demanda.
Uma delas é liberar e entregar cargas aos sábados, das 8h às 17h, até alcançar a normalidade da movimentação. “Conseguimos autorização da Receita Federal e nos últimos dois sábados (07 e 14/08) tivemos entregas de carga. Minha ideia é, havendo concordância da Receita, instituir o sábado como um dia oficial”.
O gerente informou também, que desde o dia 12 de agosto a Infraero entrega cargas até as 24 horas e que novos espaços estão sendo estudados e implantados ainda este ano, como forma de minimizar esses problemas pontuais.
“Estamos estudando com a regional a criação de novos espaços. Num primeiro momento e de forma rápida, a construção de um terminal lonado irá abrigar as cargas de grande porte. Sabemos que é uma atitude paliativa, mas acredito ser uma resposta rápida da Infraero”.
Outra ação nesse sentido é a construção de um terminal modular estruturado. “Trata-se de um armazém definitivo, mas de construção rápida. Esta ampliação de espaços para armazenamento de cargas comprova como estamos atentos e queremos dar maior fluxo à carga de forma que em breve, volte à normalidade”.
A Infraero lançou ainda, há cerca de dois meses, um novo sistema de acompanhamento de carga, direcionado ao importador, que deve enviar um e-mail para o CAC Teca (cacteca.cnsp@infraero.gov.br) pedindo seu cadastramento. “Tão logo isso aconteça ele começa a receber informações sobre sua carga”, explicou Reijany Castro. Porém, a coordenadora de Facilitação e Atendimento ao Cliente da Infraero esclarece que os importadores precisam estar atentos para o nome como suas empresas são lançadas no Mantra. “O nome do consignatário que estiver no sistema é o que será rastreado”.
Carlos Gouvêa sugeriu que o sistema permitisse a inserção do CNPJ dos importadores e foi informado de que os técnicos de Brasília, que desenvolveram o sistema, iriam analisar essa possibilidade, o que também facilitará o processo.
Além dessa sugestão, Gouvêa propôs ao gerente de Logística a realização de um evento com a presença dos associados das entidades – um universo de cerca de 300 empresas -, onde a Infraero participaria com o objetivo de apresentar todas as ações de melhorias para a movimentação de cargas nos terminais do aeroporto. “Isso acaba por facilitar e uniformizar procedimentos e entendimentos”, disse Gouvêa.
Carlos Magno aceitou a sugestão como forma de contribuir para o bom desempenho dos terminais de Cumbica. “Vamos fazer um esforço conjunto onde todos serão beneficiados. A nós não interessa que a carga fique parada. Quanto antes ela for liberada, melhor para todos”, finalizou.
J. Moraes
João Moraes apresentou aos presentes um problema que vem acontecendo com frequência com um de seus clientes e que serve de experiência para todos. A Oxoid Brasil importa suplementos para meios de cultura que chegam ao Brasil através de barricas identificadas por etiquetas. Ao chegar ao aeroporto os operadores da Infraero colocam outra etiqueta sob a etiqueta original, fazendo com que o produto perca a referência. “A rotulagem do produto não pode ser comprometida”, disse João Moraes ao informar que a própria ANVISA pode interferir no processo, uma vez que a rotulagem do produto não está visível. “Isso é uma informação base e precisa ficar à vista”.
O coordenador de importação da Infraero, Joel Nascimento informou que irá orientar os operadores do recebimento para que abdiquem de tal prática. “Isso não é difícil de ser corrigido”, avaliou. “Temos uma rotina no recebimento onde, muitas vezes, o conferente não tem consciência da importância dessas etiquetas e acaba por fazer isso. Orientarei a conferência sobre o caso e acredito que não voltará a acontecer”.
Abbott
Júlia Verçosa, da Abbott, informou que está enfrentando problemas com a localização de suas cargas. “A demanda é tão grande que carga em movimento ninguém encontra”, disse Júlia.
Ciente do problema, Nascimento colocou a real situação dos terminais. “O cenário hoje é de dificuldade de localização da carga. Tivemos problemas com despalletização e atracação e já resolvemos. Atualmente, estamos com problemas de endereçar e, a partir do momento em que eu não endereço, tenho dificuldade de localizar. É uma cadeia de problemas que será sanada nos próximos dias. Na medida em que a atracação e a armazenagem entram no fluxo vou ter condições de endereçar de maneira mais lenta e organizada. É um problema pontual que estamos vivendo atualmente, mas com tendências de melhorar nos próximos dias”, comprometeu-se Nascimento, ao colocar-se à disposição para resolver os problemas que por ventura surgirem e assim melhorar o processo logístico no Aeroporto de Guarulhos.