Redução de malha aérea já impacta as empresas de serviços auxiliares

Instabilidade econômica que atinge as companhias de aviação já começa a provocar um efeito dominó em outras áreas; expectativa do segmento para 2015, agora, é de estagnação

Mesmo com novas concessões aeroportuárias, além da Lei da Terceirização e do plano de aviação regional, os serviços auxiliares para aeroportos devem acompanhar o desaquecimento econômico e vão permanecer estagnados.

Há três meses, a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (Abesata) havia divulgado uma previsão de alta de 3,4% para 2015. No entanto, com a redução de malha de algumas companhias aéreas nos últimos meses, a associação mudou a expectativa de crescimento para estagnação.

No Brasil, as Esatas (empresas de serviços auxiliares de transporte aéreo) estão presentes em 70% das operações da aviação comercial durante serviços operacionais (abastecimento de água, catering, carregamento de bagagem), proteção, emergência e passageiros (check-in).

Nesse mercado, as novas concessões aeroportuárias têm aquecido o segmento, mas como as aéreas focam em redução de custo e remanejamento de rotas há o temor da estagnação. “Não se deve crescer nada este ano. Devido ao encolhimento da malha aérea das empresas regulares, quer seja doméstica ou internacional. Algumas grandes empresas já sinalizaram uma redução de até 18% em seus planos de voo”, afirmou o presidente da Abesata, Ricardo Miguel.

Para ele, mesmo que a quantidade de passageiros transportados se mantenha, a redução do número de aeronaves é o principal fator que atinge as Esatas. “A redução não é necessariamente de passageiros, mas de decolagem de aeronave”, analisa. Isso porque a maior parte das associadas realizam serviços de rampa e faturam de acordo com o tamanho e quantidade de aviões atendidos.

Previsões

Questionado sobre o plano de aviação regional, o especialista afirma que pode ser um fator positivo. “O plano dificilmente irá decolar este ano, mas será bom para o segmento. Não se pode imaginar voos de baixa demanda para uma localidade, que é o caso dos regionais, sem a utilização das Esatas nesse processo”, diz Miguel.

Outro aspecto comentado é a lei da terceirização, que foi aprovada recentemente pela Câmara dos Deputados. “Vai beneficiar, na medida em que dará uma segurança jurídica no planejamento de uma Esata. Sem uma lei do Congresso Nacional, a Justiça se ocupa dessa carência, logo em cada sentença se reflete o entendimento de cada juiz. Essa roleta-russa prejudica o tomador e o prestador de qualquer serviço da área”, fala o presidente da Abesata.

O executivo, porém, não acredita na possibilidade de desaparecimento das pequenas empresas. “Muitas delas são empresas familiares e de baixo custo. Logo facilmente sobrevivem neste momento de crise”, completa.

Ao todo, existem hoje 211 Esatas no Brasil, sendo que a maior parte está em São Paulo (70), seguida por Minas Gerais (45), Rio de Janeiro (36), e Rio Grande do Sul (31). A maioria se concentra na prestação de serviços operacionais para as empresas aéreas regulares (147), mas muitas estão envolvidas com outros serviços de atendimento de aeronaves, limpeza de aeronaves, movimentação de carga, atendimento e controle de embarque de passageiros.

Contra a maré

A multinacional que atua nesse mercado Swissport diz que mesmo com a redução da malha aérea, a previsão de crescimento se mantém. “Tivemos uma redução por este motivo, mas nada drástico. Temos cerca de 50% de market share“, comemorou o presidente da Swissport, Julio Ribas.

Para ele, existe um estímulo por parte das empresas de gerar economias e isso fez com que elas concentrassem um maior número de serviços em uma única empresa. “Atividades que eram de diferentes prestadores de serviços passaram a ser de um único pacote”.

Com isso, a empresa conseguiu recuperar a demanda perdida e até tem perspectiva de crescimento de dois dígitos. “Mas estamos mais preocupados com a qualidade do que com o número, porque assim que o mercado retomar o crescimento nós continuaremos competitivos”, diz Ribas.

Segundo ele, este ano pode ser um desafio para as empresas que não possuem um grande leque de serviços. “As concessionárias estão cada vez mais exigentes, assim como as companhias aéreas.”

A Swissport possui atualmente 27 clientes e oferece diversos serviços, entre eles a movimentação de bagagem, a manobra de aeronaves, check-in e auxílio no transporte de passageiros para a aeronave. O objetivo da companhia é diversificar ainda mais este ano.

DCI

Por Vivian Ito

Notícias do setor e com tags , , , .

The original text of this page has been automatically translated into the English language through Google Translate and may contain agreement errors.

El texto original de esta página ha sido traducido automáticamente al idioma Inglés a través de Google Translate y puede contener errores acuerdo.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.