Fonte Ministério da Economia
Paulo Guedes informou que nova redução do IPI vai fortalecer a retomada da atividade.
Com uma carteira de R$ 1,1 trilhão em investimentos já contratados, o crescimento brasileiro em 2022 e nos próximos anos está garantido, sem deixar margem para estimativas pessimistas sobre a retomada do nível de atividade, apontou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta sexta-feira (18/3) em Fortaleza, ao participar de evento com empresários cearenses.
“Não são estimativas, nem previsões. São contratos já assinados para os próximos anos”, disse. O ministro afirmou que “o Brasil vai crescer. É a maior fronteira de investimentos do mundo. Gás natural, saneamento, petróleo, portos, aeroportos, energia, cabotagem, logística, ferrovias, 5G. A carteira de novos projetos alcança US$ 200 bilhões em cerca de 10 anos”, afirmou.
De acordo com o ministro, a atração de investimentos reflete a ampla agenda de modernização da economia brasileira executada desde o início do governo. Um dos próximos passos para o aprimoramento do ambiente de negócios está prestes a ser anunciado: será uma nova redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “A reindustrialização do Brasil vai começar agora. Talvez a gente consiga 35% de redução do IPI. Na pior das hipóteses, 30%”, disse. No começo de março, o governo já havia anunciado redução do IPI em 25%. Ou seja, o peso do IPI vai diminuir ainda mais, fortalecendo a indústria nacional. Paulo Guedes explicou que os produtos da Zona Franca de Manaus ficariam de fora da redução. “Nós não queremos atingir a Zona Franca de Manaus.”
Novo modelo
O ministro ressaltou que o Brasil já deixou para trás o modelo de excessiva presença estatal sobre a economia, sistema que, no passado, levou a explosões inflacionárias, endividamento público em bola de neve e adoção de juros extremamente elevados, inibindo investimentos. “Antes o Brasil estava estagnado porque, previsivelmente, o modelo dirigista e intervencionista acaba sempre assim”, pontuou, ao enfatizar que o atual governo alterou esse cenário. “Trouxemos o Brasil para o caminho da prosperidade”, declarou.
Guedes destacou que a agenda de reformas pró-mercado e de controle fiscal está em plena execução, sem interrupções, e manifestou confiança no avanço dos processos de concessões e desestatizações em 2022. “Eletrobras, Correios, porto de Santos, porto de Vitória, os aeroportos de Santos Dumont, Congonhas, Galeão. Estamos trabalhando nisso tudo”, afirmou, citando, ainda, dos R$ 140 bilhões obtidos com privatizações de estatais federais nos dois primeiros anos de governo.
Segundo o ministro, o apoio do Congresso à agenda de modernização da economia foi essencial e comprovou a maturidade da democracia brasileira. Ele lembrou de avanços obtidos desde o início do governo – como a reforma da Previdência, o fim do impasse sobre a Lei Kandir (que reforçou os caixas estaduais) e aprovação do Novo Marco do Saneamento, entre outros pontos. Ainda assim, Guedes lamentou que a reforma do Imposto de Renda não tenha avançado na Câmara, pois poderia ajudar a atrair ainda mais projetos ao Brasil, ao reduzir a tributação sobre as empresas, em alinhamento às médias internacionais.
Desafios
A eficácia da atual política econômica foi comprovada diante dos desafios impostos pela pandemia da Covid-19, afirmou o ministro, ao mencionar que o Brasil registrou uma retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,9% em 2020, bem mais suave do que apontavam projeções de diversos agentes de mercado – havia estimativas de queda de até 10% do PIB. O desempenho do PIB brasileiro após os impactos da pandemia, inclusive, foi melhor que os de países como Espanha, Portugal, Itália, Alemanha e Japão, alertou.
O ministro da Economia explicou que o Brasil não apenas conseguiu reverter a perda de 1,1 milhão de empregos formais na fase aguda de impactos da pandemia, mas já gerou novos três milhões de vagas com carteira assinada e nove milhões de postos informais – totalizando 12 milhões de novos postos de trabalho desde 2020.
Guedes salientou que a inflação é um fenômeno mundial no cenário pós-pandemia, mas pontuou que o Brasil está sendo muito mais ágil que outros países ao combater as altas de preços: “A inflação brasileira vai estar baixando enquanto eles [outros países] ainda vão estar subindo taxas de juros”. “Neste e nos próximos anos vamos vê-los revendo as previsões [de crescimento] para baixo e as previsões de inflação para cima. E nós, ao contrário”, concluiu o ministro da Economia.