Embraport investe para ser provedor logístico completo

A Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) está investindo R$ 50 milhões na construção de um ramal ferroviário e em um armazém alfandegado no seu terminal de contêineres, no porto de Santos (SP). Ambos serão entregues em 2015.

O objetivo da Embraport, terminal privado inaugurado em 2013, é atrair clientes oferecendo serviços combinados, dentro da estratégia de se tornar um provedor logístico completo e não apenas um movimentador de cargas no cais, explica o presidente da empresa, Ernst Schulze.

As apostas são feitas em um momento de baixa nas cargas de comércio exterior. “Acreditamos que levará alguns meses, mas os volumes voltarão a crescer”.

O maior desembolso será no ramal ferroviário, cerca de R$ 40 milhões. O trecho deve começar a operar no primeiro trimestre e comportará até 850 metros de extensão. Terá bitola mista e derivará da linha da concessionária MRS, mas qualquer transportadora ferroviária poderá acessá-lo.

O ramal e o armazém constam da autorização dada pelo governo à Embraport. O investimento no terminal, construído em área própria e que tem apenas a primeira fase concluída, será de R$ 2,3 bilhões. Os sócios são a Odebrecht TransPort e a DP World, operadora mundial de terminais marítimos.

O desvio ferroviário poderá atender vagões “double stack” (que recebem dois contêineres empilhados). Está sendo construído em uma área de 22 mil m2 que terá espaço para o pré-empilhamento dos contêineres. Hoje, a Embraport só recebe e expede carga via caminhão. Com a ferrovia, a meta é que os trens respondam, no longo prazo, por 10% das cargas que chegam ao terminal.

Uma das oportunidades é captar o agronegócio vendido para a Ásia. Hoje, os contêineres retornam vazios ao Extremo Oriente, já que nessa rota, o Brasil importa mais manufaturados (carga típica do contêiner) do que exporta. Para os armadores é interessante conteinerizar commodities, pois eles aproveitam para vender o frete de volta. Tradicionalmente as commodities são embarcadas soltas nos porões de navios “breakbulk”.

A fatia de contêineres transportados em trens de ou para Santos é ínfima, cerca de 2%. Apenas o Tecon Santos (da Santos Brasil) tem um ramal próprio em operação entre as instalações marítimas de contêineres no porto.

Já o investimento no armazém está no início. A estrutura será alfandegada e concentrará todas as atividades inerentes ao contêiner, como consolidação e desconsolidação de cargas fracionadas e “crossdocking” (a estufagem e desova direta para caminhões).

“É muito importante que tenhamos entreposto, serviço de ‘crossdocking’ e ferrovia. Essas facilidades levam o cliente a enxergar a Embraport como uma opção global”, diz Schulze. Atualmente, o terminal realiza algumas dessas atividades em instalação não alfandegada e com capacidade reduzida. “Com a área alfandegada, a gama de serviços aumenta bastante. É uma evolução da própria atividade do terminal”, afirma. O novo armazém terá 5 mil m2 e mais 7 mil m2 externos. Deverá ficar pronto no primeiro semestre.

O desaquecimento do comércio exterior resultou em números decepcionantes na movimentação de contêineres de importação e exportação. Em Santos, o que vem crescendo são as cargas de transbordo e cabotagem, que pagam menos.

De acordo com Schulze, essa é a razão para a ocupação abaixo do esperado do terminal neste ano, o primeiro completo da Embraport. Originalmente, a projeção era fechar 2014 com movimentação entre 720 mil e 840 mil Teus (contêiner de 20 pés), uma ocupação entre 60% e 70% da capacidade anual de movimentação, de 1,2 milhão de Teus. Mas o percentual hoje é de 50%. Se encerrar o ano assim, o volume de 2014 será de 600 mil Teus. “A falta de crescimento está afetando a todos.” O terminal opera dois serviços de longo curso e três de cabotagem. É o terceiro em volume entre os seis terminais dedicados ao nicho em Santos.

O projeto final da Embraport prevê oferta para 2 milhões de Teus anuais. Mas a ampliação não está no radar no curto prazo.

Fonte: Portos e Navios

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