No ano passado, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) concentrou seus esforços na elaboração dos projetos-executivos de obras. Agora, a expectativa da estatal é executar esses serviços, que vão garantir a melhoria das infraestruturas terrestre e aquaviária do Porto de Santos. Para a empresa, 2015 é considerado o ano das obras no cais santista.
De acordo com a programação da Codesp, haverá, pelo menos, oito grandes frentes de trabalho no complexo neste ano. Algumas estarão presentes nos doze meses de 2015, sendo concluídas no ano que vem. Mas haverá empreendimentos entregues antes de dezembro.
É o caso do alinhamento do Cais de Outeirinhos, na Margem Direita. Segundo o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp, Paulino Moreira da Silva Vicente, a expectativa é entregar, até 31 de julho, os 800 metros restantes do empreendimento. Os primeiros 512 metros do novo cais foram inaugurados em 6 de junho passado.
O projeto para o Cais de Outeirinhos, elaborado em 2011, prevê ampliar e otimizar a capacidade do complexo marítimo para receber navios de cruzeiro. O cais nessa área, nas proximidades do Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, será alinhado com os demais trechos portuários e ampliado. Dos atuais 630 metros, ele passará a ter quase o dobro, 1.320 metros. Com o serviço, será possível a atracação simultânea de seis embarcações no local, o dobro do que pode ocorrer atualmente.
As obras de reforço do trecho de cais entre os armazéns 12A e 23, também na Margem Direita do Porto, também vão atravessar 2015. Após dois anos de disputas judiciais envolvendo a licitação, a obra levará 22 meses para ser concluída.
O projeto de reforço prevê o fortalecimento da estrutura de 1,7 quilômetro de cais da região de Outeirinhos. O serviço é essencial para que, quando as áreas de atracação desse trecho forem dragadas, a estrutura do costado não acabe ruindo e caia no canal.
No cais entre os armazéns 12A e 23, há 3.490 estacas. Deste total, 1.574(45%) têm algum tipo de avaria em sua estrutura e serão substituídas. O reforço possibilitará que o aprofundamento dos berços não prejudique a segurança do cais. Isto porque aumentar a profundidade dos berços para 15 metros (hoje, têm de 10,5 a 13 metros), nas condições atuais, poderia interferir nessas estruturas.
Reforço de píeres
A obra de recuperação de 300 metros de cais da Ilha Barnabé, na Margem Esquerda do Porto, é outra frente de trabalho que será iniciada neste ano e seguirá até 2016. Construídas em 1927, as estacas, a laje inferior e as vigas de acesso aos dolfins serão recuperadas. E será construído um outro dolfim de amarração na região. Ele permitirá a atracação de navios de maior comprimento.
A expectativa é que as operações aumentem na Ilha do Barnabé, devido à construção, pela operadora Ageo Copape, de um novo píer, em uma área recentemente dragada pela Docas. A estatal estima que o calado naquele ponto passe de 10,3 para 11,8 metros. Com a entrega dos berços, a próxima fase é o aprofundamento dos pontos de atracação.
Também está nos planos da Codesp a conclusão das obras de reforço do Píer da Alemoa, queestão 54% prontas. A oscilação da maré e a necessidade de garantir a segurança das operações dos navios fazem com que essa obra se desenvolva em um ritmo mais lento, explica Paulino Vicente.
O diretor da Codesp também destaca a conclusão do projeto dos pontos de atracação 5 e 6 do píer do Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa, efetuado pela empresa Planave e doado pela Associação Brasileira de Terminais Líquidos (ABTL).
Já foram feitas simulações de atracação para as duas estruturas projetadas, que vão atender navios de granéis líquidos, segmento com grande demanda de curto prazo no Porto.
Fonte:Tribuna online/Fernanda Balbino