Fonte Ministério da Economia
Alta foi motivada pelo crescimento do mercado de trabalho, bom desempenho do setor de serviços e ampliação dos investimentos.
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) elevou, nesta quinta-feira (15/9), a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 de 2% para 2,7%. No curto prazo, para o terceiro trimestre, a SPE estima um PIB de 0,4%. Para 2023, a estimativa permanece em 2,5%.
A atualização da Grade de Parâmetros Macroeconômicos foi apresentada em entrevista coletiva, pelo chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos, Rogério Boueri, e pelo secretário de Política Econômica do ME, Pedro Calhman. Na ocasião, a SPE divulgou também a edição de setembro do Boletim Macrofiscal e a versão atualizada do Panorama Macroeconômico.
De acordo com os documentos, a expectativa para a taxa de inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo/IPCA) em 2022 recuou de 7,2% para 6,3%. A previsão considera a inflação abaixo das estimativas nos últimos meses, que reflete a redução dos preços dos itens monitorados – como os combustíveis – e uma estabilização da inflação de serviços e de alimentos.
Para 2023, a projeção do IPCA se manteve em 4,5%. A SPE espera convergência do índice para a meta de 3% a partir de 2024. Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a previsão para 2022 baixou de 7,4% para 6,54%.
Fatores de crescimento
Segundo a SPE, a revisão de alta para a atividade econômica se deve principalmente ao resultado do PIB do segundo trimestre deste ano, que apresentou crescimento de 1,2% na margem e foi superior ao estimado anteriormente, além da tendência positiva dos indicadores já divulgados para o terceiro trimestre.
A Secretaria avalia que esse crescimento da atividade é reflexo da melhora do mercado de trabalho, com a criação de novos empregos; do desempenho do setor de serviços, que manteve a tendência de crescimento verificada a partir do arrefecimento da pandemia; e da elevação da taxa de investimento, que subiu para 18,7% do PIB no segundo trimestre.
Confiança e riscos globais
A SPE também espera que a atividade econômica continue crescendo no segundo semestre, já que as primeiras divulgações para o mês de julho sugerem que indústria, serviços e mercado de trabalho seguem em alta. Da mesma forma, a Secretaria nota um aumento dos indicadores de confiança dos empresários e consumidores.
No entanto, ainda há riscos a serem monitorados, entre eles, a desaceleração do crescimento global e os impactos do conflito no Leste Europeu. As quebras de cadeias globais de produção e distribuição, afetando a oferta e reduzindo o comércio internacional, estão entre os desdobramentos do conflito.