Fonte Ministério da Economia
Paulo Guedes fez uma análise sobre as perspectivas econômicas durante a 8ª edição do Brasil Investment Forum, evento do Bradesco BBI.
As lições acumuladas pelo Brasil durante o combate à pandemia da Covid-19 fortaleceram o país, consolidando o caminho do crescimento sustentável daqui para o futuro. Essa análise foi apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao participar nesta quinta-feira (7/4) da 8ª edição do Brasil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco BBI. Guedes lembrou que o governo teve o máximo cuidado com a saúde dos brasileiros, mas, ao mesmo tempo, manteve o compromisso com o controle das contas públicas. “Temos a nossa arquitetura fiscal e monetária já preparadas, muito à frente do restante do mundo”, afirmou.
Guedes destacou que o Brasil manteve sob controle — e reduziu — os níveis de endividamento e de gastos públicos, mesmo sob os desafios impostos pela pandemia. “As despesas subiram de 19,5% para 26,5% [do Produto Interno Bruto — PIB] com a pandemia e já vão recuar para 18,5% este ano”, apontou o ministro. “Desindexamos componentes importantes, como folha de salários. Como resultado, 26 estados e 5.500 municípios entraram no azul, além do governo federal. Fizemos um ajuste como nunca aconteceu antes no Brasil, em um ano”, apontou.
Segundo o ministro, a responsabilidade fiscal permitiu ao país retornar a cenário de superávit primário do setor público consolidado em 2021, logo depois da fase dos mais severos impactos gerados pela pandemia. Ele lembrou que, no ano passado, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 64,7 bilhões, representando 0,75% do PIB, ante déficit de R$ 703 bilhões (9,41% do PIB) em 2020. É o melhor número anual para o resultado primário consolidado desde 2013, quando foi apurado superávit de R$ 91,3 bilhões, observou.
Guedes pontuou a aprovação da independência do Banco Central, no início de 2021, que fortaleceu a capacidade do país no enfrentamento à alta de preços, verificada globalmente nos últimos meses. Segundo o ministro, o BC brasileiro foi ágil ao conduzir a política monetária no combate à inflação, enquanto outros países estão demorando para realizar os ajustes necessários em suas políticas de juros. Essa agilidade vai permitir que o Brasil contenha a inflação antes que outros países, alertou.
A solidez na administração das contas públicas e a carteira de investimentos privados de R$ 1,1 trilhão para os próximos anos consolida, de forma inequívoca, a retomada do crescimento futuro, lembrou Guedes. O ministro alertou que a capacidade de recuperação econômica brasileira vai surpreender novamente o mundo em 2022, estimulada pelo cenário de reformas estruturais, pela reformulação e consolidação de marcos regulatórios (como os do saneamento, do gás natural e da cabotagem), além das oportunidades de negócios impulsionadas pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
O ministro citou o recente leilão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) – a primeira privatização portuária do Brasil – e reforçou a convicção de que a capitalização da Eletrobras ocorrerá ainda este ano. “Vai mudar a história do setor elétrico brasileiro e da energia no país”, apontou. O ministro afirmou que o Brasil se firma cada vez mais como player-chave mundial em geração de energia limpa, oportunidades de negócios verdes e digitalização. Paulo Guedes enfatizou que o governo segue, dia a dia, focado na melhoria do ambiente de negócios e na redução dos custos de produção.
Ao mesmo tempo que moderniza a economia, o governo aumenta os cuidados com a área social, disse Guedes, ao citar a importância do novo Auxílio Brasil, que ampliou o amparo antes oferecido pelo Bolsa Família. Destacou que o país digitalizou serviços — e protegeu — 68 milhões de brasileiros durante a pandemia e defendeu a necessidade de o país promover um programa forte de redistribuição da riqueza.
Painel
Participaram do painel junto com o ministro da Economia o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, e o estrategista-chefe do Bradesco BBI, André Carvalho.