Fonte Ministério do Desenvolvimento, Industria Comércio e Serviços
“Trata-se de um estudo de extrema importância para identificarmos e promovemos novas oportunidades para as mulheres. Um amplo raio-X da participação feminina no setor’, destacou o ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin.
O estudo inédito “Mulheres no Comércio Exterior, Uma Análise para o Brasil” lançado nesta quinta-feira (6/4) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostra que 2,6 milhões dos empregos nas firmas que atuaram no comércio exterior, em 2019, foram ocupados por mulheres. O percentual representa 32,5% dos empregos totais dessas empresas. O estudo confirma que empresas que participam do comércio exterior pagam, em média, salários melhores para mulheres e homens em comparação com as firmas que atuam apenas no mercado interno.
“Mulheres no Comércio Exterior, Uma Análise para o Brasil”
Principais conclusões do estudo
❖ No Brasil, 2,6 milhões dos empregos nas firmas que atuam no comércio exterior, em 2019, foram ocupados por mulheres. O que representa 32,5% dos empregos totais dessas empresas;
❖ Empresas engajadas no comércio internacional pagam maiores salários, tanto para homens quanto para mulheres;
❖ A defasagem salarial entre homens e mulheres permanece no comércio exterior. Nas empresas da indústria de transformação que exportam ou importam, essa diferença é de 28,4%;
❖ Há espaço para que as mulheres se beneficiem do comércio exterior, seja como trabalhadoras ou empreendedoras;
❖ Apenas 14% das empresas exportadoras pertencem em sua maior parte a mulheres;
❖ As mulheres estão em maior número nas empresas que exportam produtos de maior valor agregado e que têm como destino países de maior renda;
❖ Empresas pertencentes a mulheres enfrentam mais barreiras no exterior em razão dos setores em que se concentram.
Vanguarda
O estudo coloca o Brasil na vanguarda da produção de conhecimento sobre o papel das mulheres no comércio exterior. Por isso, o ministro Geraldo Alckmin destaca a relevância do trabalho: “Trata-se de um estudo de extrema importância para identificarmos e corrigirmos distorções, mas também para aproveitarmos melhor as oportunidades. Um amplo raio X da participação feminina no setor, que nos indica caminhos para que as mulheres possam se beneficiar do comércio exterior, seja como trabalhadoras ou empreendedoras, é algo que nos ajuda a pensar em políticas que sejam mais inclusivas nessa área”, afirma.
Segundo a Secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, que coordenou o estudo, o comércio exterior é fundamental para o crescimento econômico e propicia maior produtividade, inovação, melhores oportunidades de emprego, preços mais baixos e maior padrão de vida. Os resultados, no entanto, não se distribuem de maneira homogênea na sociedade. Ela destaca que empresas que atuam no comércio exterior pagam salários mais altos do que aquelas que participam apenas do mercado interno e afirma que, ao identificar oportunidades para que mais mulheres se beneficiem do comércio exterior, o governo pode desenvolver políticas direcionadas a esse fim, promovendo crescimento inclusivo e maximizando os resultados das políticas públicas. “Ações direcionadas podem promover o aumento de renda e gerar melhores oportunidades para as mulheres”, acrescenta.
Maiores salários
Os dados pesquisados mostram que empresas engajadas no comércio internacional pagam maiores salários, tanto para homens quanto para mulheres. Tal fato é verificado em todas as atividades. Por outro lado, a defasagem salarial entre homens e mulheres permanece no comércio exterior. Nas empresas da indústria de transformação que exportam ou importam, por exemplo, essa diferença é de 28,4%.
Setores
Na comparação por setores, as firmas exportadoras ou importadoras da agropecuária, com 22,6% de participação feminina, e indústria extrativa, com 13,0%, empregam proporcionalmente mais mulheres em relação às firmas desses setores que não comercializam com o exterior, com 18,5% e 10,8% respectivamente. Já as empresas da indústria de transformação que operam no comércio exterior, empregam proporcionalmente menos mulheres, com 28%, em relação às não exportadoras ou importadoras, com 32,8% de mão de obra feminina.
Produtos diferenciados
No conjunto de empresas que exportam principalmente produtos diferenciados, como vestuário e calçados, foi observado que a participação das mulheres no total de empregos é seis pontos percentuais superior em relação às empresas que exportam commodities. Essa característica é verificada também em outros países — ou seja, a participação feminina cresce de acordo com a especialização em produtos mais sofisticados. Além disso, as empresas que exportam para países de maior renda contam com mais trabalhadoras mulheres. Há uma relação positiva entre renda per capita média do destino e participação feminina das empresas exportadoras.
Estruturas societárias
O estudo verificou que, tal como ocorre no conjunto geral das empresas brasileiras, a estrutura societária das firmas que participam do comércio exterior é também formada majoritariamente por homens. No comércio exterior, especialmente, há bastante espaço para aumentar a participação das mulheres. No Brasil, 14% das empresas exportadoras pertencem em sua maior parte a mulheres. O resultado observado para o Brasil está bastante próximo à média de 76 países em desenvolvimento e emergentes analisados por uma pesquisa do Banco Mundial que mostra que, entre as empresas exportadoras, as mulheres possuem 10% das empresas de manufatura e 12% das empresas de serviços.
Portes das empresas
Observou-se também que a maior proporção de empresas que pertencem a mulheres é de pequeno porte e que 24% das micro empresas exportadoras possuem mulheres como a maioria dos sócios. Ao passo que as empresas com maioria feminina no quadro societário representam apenas 9% do total de empresas de médio e grande porte que exportam. Ainda, empresas com sócias majoritariamente mulheres exportam produtos com tarifas internacionais superiores, em média, àquelas observadas para empresas com sócios majoritariamente homens, com alíquota média de 6,4% sobre as empresas pertencentes a mulheres e de 5,1% sobre as empresas pertencentes a homens. As oportunidades de ganhos por meio da integração internacional são, portanto, ainda maiores para as mulheres.