Exportação do Brasil foi a que mais caiu entre grandes economias

Com fim de boom das commodities, Brasil desabou no ranking dos maiores exportadores e perdeu fatia no mercado internacional e deve continuar a sofrer em 2015 e 2016

Genebra – O Brasil sofreu em 2014 a maior queda nas exportações entre as principais economias do mundo, caiu no ranking dos maiores vendedores do mundo e perdeu participação no comércio internacional. Os dados foram divulgados hoje pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e alertam que a situação da balança exportadora do País continuará a sofrer uma retração em 2015 e 2016.

Ao final de 2014, o País era apenas o 25º maior exportador do mundo, com 1,3% da fatia do comércio internacional e vendas de US$ 242 bilhões. Hoje, representa 1,2%.

Entre as maiores economias do mundo, o Brasil apresenta a maior retração nas exportações, com queda de 7%, enquanto a média mundial foi uma pequena expansão de 1%. 2014 foi o terceiro ano sem crescimento nas vendas do país para o exterior e as exportações somaram apenas US$ 225 bilhões.

“O Brasil, assim como outros países sul-americanos e de outras regiões, sofreu com a queda nos preços de commodities em 2014 e vemos que esse fenômeno pode continuar a afetar no futuro próximo”, alertou Roberto Azevedo, diretor-geral da OMC.

Para 2015 e 2016, a previsão é de que as economias sul-americanas terão o pior desempenho do mundo, com aumento de apenas 0,2% neste ano e 1,6% no ano que vem. Enquanto isso, a expansão mundial será de 3,3% e 4%. O Brasil será o grande responsável por isso.

Os dados revelam também uma revisão para baixo do crescimento do comércio mundial em 2015. Segundo a OMC, a falta de crescimento nos emergentes e as dificuldades na Europa obrigaram a entidade a prever uma expansão menor dos fluxos comerciais neste ano. Originalmente, a previsão era de uma expansão de 5% em volume em 2015. Mas foi reduzida para 4,3% e, agora, caiu para 3,3%. Em 2016, ele será de 4%.

Para 2014, a taxa foi apenas de 2,8%. “O crescimento do comércio tem sido frustrante em anos recentes diante do crescimento baixo das economias depois da crise financeira”, declarou Azevedo. “Olhando para o futuro, prevemos que o comércio continue uma recuperação lenta. Mas com o crescimento econômico ainda frágil e tensões geopolíticas, essa tendência pode ser minada”, disse.

Fim de era – A queda do Brasil, porém, reflete o fim de uma era de expansão. Em 2001, o Brasil era apenas o 28º maior exportador, com 0,9% do comércio internacional. Em 2015, o País passou a ser o 25º maior, com 1,1% do comércio. O boom nos preços de commodities levou o Brasil a aumentar também sua participação e chegou a acumular 1,3%.

O salto a cada ano chegava a ser mais de 20% em vendas. Mas o impulso era dado pela inflação nos preços do aço, do açúcar, soja e outros itens. Com o fim da bonança no mercado de matérias-primas, minérios e agricultura colocou a balança comercial em uma nova situação.

A nova posição também reflete a falta de competitividade do setor industrial no mercado internacional. Os dados mostram que a mudança no patamar de preços no setor de commodities não foi compensada por uma alta nos demais segmentos.

Em volume, as exportações brasileiras caíram em 1,8% o que revela que não foi apenas o preço dos produtos que contou. A contração em volumes é superior até mesmo à queda registrada pela Rússia, país sob embargo por conta do conflito na Ucrânia.

As vendas caíram em mais de 11% para os dois maiores destinos das vendas nacionais – Europa e China. Pequim também comprou menos em 2014 de todos seus parceiros. Em volume, a China expandiu sua importação em apenas 3,9% contra 9,8% em 2013.

Importações – A desaceleração da economia brasileira também afetou as importações. Em valores, a contração foi de 5%, contra uma queda em volume de 2,8%.

Entre os importadores, o Brasil era o 21º maior em 2013, com compras de US$ 250 bilhões e 1,3% também do mercado. Em 2014, a posição foi mantida. Mas o baixo crescimento nacional também deve afetar a importação nos próximos dois anos. Na América do Sul, as compras devem cair em 0,5% em 2015, puxadas pelo Brasil.

Jamil Chade
O Estado de São Paulo

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