Crise reduz a carga fragmentada e prejudica pequenas transportadoras

Tanto o segmento doméstico quanto o internacional têm queda na demanda. Para especialista, segmentação de mercado e racionalização dos custos são estratégias para sair deste cenário

Micro e pequenas empresas de transporte têm sentido redução na procura da carga fragmentada (remessa de pequena quantidade de mercadoria) e passam por dificuldades para se manter no mercado. Desde 2012, 400 mil unidades novas de caminhões, reboques e semirreboques entraram no setor, mas a demanda não foi correspondida.

De acordo com diretor técnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Neuto Gonçalves dos Reis, a nova frota que entrou no mercado aumentou consideravelmente a oferta. “O que facilitou a bolha é que nos anos anteriores, o governo facilitou o financiamento de novos veículos de carga. O investimento geral foi de R$ 78 bilhões no setor de transporte terrestre. Desse montante, R$ 47,5 bilhões foram de autônomos e de companhias do ramo de transporte”.

Segundo Reis, houve aumento do ócio no mercado nos últimos dois anos, com uma queda na procura pelo serviço, além de um aumento no preço do frete, que afastou clientes. Isso provocou o endividamento bilionário no setor e a entidade agora está pleiteando um refinanciamento da dívida das empresas com o governo.

Para o diretor, outra questão que piorou a situação ao encarecer o diesel e aumentar o preço do frete – que em meio a um cenário instável e competitivo só prejudicou – foi a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). O roubo de carga também tem impactado de forma direta o segmento, lembra o especialista. “As empresas têm alta de 8% a 14% dos custos, devido ao assalto e aos investimentos em soluções de proteção e também de seguro”, disse.

Perfil do cliente

Outro desafio para as empresas envolve o perfil do contratante. “Em tempos de crise, o cliente está cada vez mais infiel e há leilão de carga, sendo que o preço do frete já está muito defasado. Não existe realmente parceria.”

O diretor técnico da NTC&Logística afirma ainda que os leilões estão cada vez mais frequentes, sobretudo quando o transportador pede um aumento para compensar a alta dos custos. “Estamos vendo muitas empresas deixarem o mercado, inclusive as grandes”, aponta.

Para sobreviver ao momento, o diretor afirma que reduzir custos e trabalhar de forma racional é imprescindível. “Além disso, a segmentação e a especialização em um nicho de mercado pode ser opção para destacar-se”, completa. Questionado sobre a possibilidade de demissão, Reis diz que tem ocorrido, mas sem gravidade ou desligamento em massa.

Internacional

A diretora executiva de transporte internacional e multimodal da NTC&Logística, Sônia Rotondo, afirma que o transporte rodoviário internacional também tem mostrado queda relevante, sobretudo em cidades para a Argentina – principal destino do segmento – com baixa de 35%. “Já tivemos até 300 [empresas] operando no país. Hoje a média caiu a 100.”

Afora a diminuição do movimento de carga, ela explica que o recebimento com as empresas argentinas está complicado. “Falta dólar no País para o pagamento do frete”, ressalta. Sônia cita ainda o alto preço do diesel nos dois países como desafio. “Outras regiões da América Latina também estão com menor demanda, por isso muitas empresas estão deixando de operar no segmento, por não ter carga no retorno.”

Nem as grandes têm escapado. A TNT Express ainda espera alta no modal internacional, mas confessa que no rodoviário vê dificuldades. “60% das operações no segmento envolvem a Argentina. Com a crise no País e a instabilidade no Brasil diminuímos a previsão de crescimento de 14% para 8,4%”, afirmou o diretor da TNT Express, Murilo Silva.

A companhia é uma das maiores redes de distribuição da América do Sul. Atende Uruguai, Bolívia, Peru, Paraguai, Argentina e Chile. O executivo diz que para captar clientes tem investido em aplicativos de rastreio mobile.

DCI

Por Vivian Ito

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