Um novo estudo realizado pela Bain & Company, em parceria com o Fórum Econômico Mundial e o International Trade Centre (ITC) sugere uma alternativa para o crescimento do comércio internacional brasileiro e mostra que é possível lucrar em curto prazo.
O valor apresentado é de US$ 84 bilhões – o equivalente a aproximadamente 3,5% do produto interno bruto (PIB) do País.
O Brasil está crescendo a um ritmo inferior à média mundial. No ano passado foi registrada a maior queda de exportações e importações desde 1998 – 7% e 4,4%, respectivamente. Aqui, onde a cadeia de suprimento convive com inúmeras barreiras, o primeiro passo para melhorar a situação é identificar os setores que possuem maior potencial de avanço e levantar quais obstáculos da cadeia de suprimento deveriam ser priorizados para liberar esse potencial. Isso transformaria o Brasil novamente em um país competitivo e viabilizaria o fluxo de mercadorias. “Além dos ganhos de US$ 84 bilhões, a simplificação traria economias imensuráveis ao longo do processo”, diz Fernando Martins, sócio da Bain & Company.
O estudo agrupa as principais barreiras para o comércio exterior em quatro categorias: acesso ao mercado, administração aduaneira, infraestrutura e ambiente de negócios.
Como segundo maior exportador de soja do mundo, por exemplo, o Brasil tem potencial para exportar ainda mais, desde que sejam eliminados os gargalos no transporte interno que tornam certas regiões produtoras de soja no Brasil menos competitivas do que nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia da gravidade desses entraves em relação a outros países, embarcar um contêiner no Brasil custa em média 2300 dólares – 21% a mais que nos países do sul da Ásia.
“Em um país do porte do Brasil, o meio mais eficiente e eficaz de incentivar as exportações será identificar barreiras comerciais em toda a cadeia de valor dos setores mais importantes e, em seguida, buscar eliminá-las para tornar o setor competitivo. Avanços registrados nesses setores vão preparar o terreno para avanços em outras indústrias”, conclui Martins.
DCI – Agências