Fonte Ministério da Economia
Ministro Paulo Guedes afirmou que o país está pronto para ser alicerce da segurança alimentar e energética global.
Em agenda em Washington, nos Estados Unidos – onde participa das Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos Conselhos de Governadores do Grupo Banco Mundial (IMF World Bank Annual Meetings) –, o ministro Paulo Guedes já fez esta semana quatro explanações em reuniões do G20. Apresentou aos representantes do Grupo dados sobre o ritmo de crescimento do Brasil, com resultados que superam as projeções de agentes nacionais e internacionais. Alertou que o país está em processo de transição para se solidificar como uma “economia digital e verde”, e que está pronto para ser alicerce da segurança alimentar e energética global. Lembrou também do processo de acessão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como fator que impulsiona a modernização da economia brasileira.
“Trago boas notícias do Brasil. Estamos retomando o crescimento sustentável, nossa própria dinâmica de crescimento. As estimativas de crescimento têm sido revistas para cima o tempo todo”, disse o ministro.
Segundo indicou Paulo Guedes, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá crescer 3% em 2022 e seguir assim por um longo período à frente. Ele ressaltou que os resultados da economia do país estão provocando revisões constantes das estimativas de diversos agentes, como ocorreu com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que ampliou a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2022 para 2,8%, ante 1,7%, conforme indicado na estimativa anterior, de julho.
O ministro foi um dos primeiros a falar na sessão de economia global do G20, que discutiu a conjuntura e os riscos para a economia mundial, refletindo a relevância do Brasil no atual cenário. Ele apontou diversos dados para contextualizar a dinâmica de crescimento da economia do país, mesmo sob uma conjuntura externa adversa. Mostrou que o gasto público caiu de 26% para 18,7% do PIB e que a taxa de desemprego caiu de 14,9% para 8,9%, com a criação de mais de 17 milhões de novos empregos nos últimos dois anos. Guedes lembrou, ainda, que a relação Dívida/PIB está em torno de 77%, ou seja, o mesmo patamar do período anterior à pandemia.
A agilidade brasileira de reação aos impactos econômicos provocados pela Covid-19, com medidas nas frentes monetária e fiscal, permitiram que hoje o país esteja em crescimento, em contraste à desaceleração vista em grandes economias, disse Guedes.
Conforme explicou, o estoque de investimentos privados já contratados – mais de US$ 200 bilhões nos próximos 10 anos – assegura a manutenção do ritmo de expansão brasileira. Ele advertiu que a atração de investidores somente foi possível devido às mudanças regulatórias realizadas em setores como infraestrutura e energia. O ministro pontuou que a convergência brasileira para as melhores práticas, como parte do processo de adesão à OCDE, está alinhada à agenda de reformas, com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios. “O Brasil apoia fortemente as discussões na OCDE, inclusive para abordagens de mitigação de carbono”, afirmou Guedes.
Ainda de acordo com Paulo Guedes, no novo panorama da economia mundial, de transição para um futuro mais verde, o Brasil conta com vantagens competitivas, como uma legislação ambiental rígida e a capacidade de produção de energia limpa. Uma mudança recente – salientou – foi o desenvolvimento de um mercado de carbono regulado internamente, que ajudará o país no cumprimento de metas climáticas e, simultaneamente, fortalecer a economia doméstica. Em referência à guerra na Ucrânia, reforçou que a paz seria a ação mais efetiva em prol da segurança alimentar e energética global.
“O Brasil tem o que há de mais renovável e flexível, uma matriz energética diversificada e vamos cooperar na direção certa com todos vocês”, disse o ministro às autoridades do G20.
G20
O Grupo representa aproximadamente 80% do PIB mundial, 75% do comércio global e 60% da população do planeta. Foi criado em 1999, em resposta às crises financeiras no México (1994), na Ásia (1997) e na Rússia (1998). A agenda vai além da esfera econômico-financeira e envolve também temas referentes ao desenvolvimento econômico e social sustentável. Os membros permanentes do G20 são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e o bloco da União Europeia.