Demanda por carga aérea cresce 4,5% em 2014, mas estado da economia mundial neste ano preocupa
A retomada do comércio global está alimentando o crescimento da demanda por serviços de cargas e entregas. É o que sinalizam os dados divulgados ontem pelo setor aéreo e por empresas de logística. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), a aviação global teve em 2014 uma demanda no setor de cargas 4,5% maior que a de 2013. “Após alguns anos de estagnação, o setor de carga aérea cresce novamente, em grande parte por causa da retomada do comércio mundial, em especial no segundo semestre de 2014”, disse o presidente da entidade, Tony Tyler, em comunicado.
Em 2013, a expansão do setor fora de 1,4%, após retração de 0,9% em 2012 e leve ganho de apenas 0,4% em 2011. Nesse contexto de aquecimento do comércio global, a líder mundial em serviços de entregas, a UPS, informou ontem que aumentou em 5,9% a receita de 2014, para US$ 3,4 bilhões. Só no último trimestre, a empresa registrou avanço de 8,1% no volume de encomendas. Os pedidos gerados por exportações na Europa puxaram essa tendência, com avanço de 8,2% ante 2013.
Os picos de demanda, especialmente no segundo semestre, levaram a UPS a ampliar os gastos, com a contratação de 100 mil temporários e locação de frota extra de veículos. Esses ajustes acabaram elevando em 16% as despesas da empresa apenas entre outubro e dezembro. Por isso, o lucro de US$ 3,03 bilhões da UPS em 2014 foi 30,6% menor que em 2013. Mas para 2015, a companhia projeta recuperar os ganhos, elevando em até 12% o retorno, com a manutenção da demanda aquecida.
O presidente da Iata mostrou cautela ao falar do cenário para 2015. “As recentes preocupações com a saúde da economia global e diminuição da confiança das empresas ainda não impactaram o setor de carga aérea. Mas é um risco que deve ser cuidadosamente vigiado em 2015”, disse. Segundo a entidade que representa 250 empresas aéreas, a América Latina ficou bem abaixo do crescimento global em 2014. A demanda por carga aérea na região avançou apenas 0,5%. O Oriente Médio, por exemplo, cresceu 11,1%. Mas mesmo no mercado latino- americano, a demanda doméstica abriu espaço para empresas de logística conseguirem desempenho melhor no ano passado.
Caso da JadLog, que faturou R$ 353 milhões, ou 11,7% mais do que em 2013. O movimento registrado nos meses de novembro e dezembro foi o destaque do exercício passado da JadLog. Ela embarcou 15% mais do que no último bimestre de 2013, quando foram transportadas 870 mil encomendas. A empresa disse que o aumento da receita foi alimentado pela demanda no transporte de encomendas, principalmente nos segmentos de confecção, material promocional, autopeças, eletroeletrônicos e cosméticos.
“O ano de 2015 começou movimentado, com a expansão de negócios junto aos atuais clientes e a busca por novos embarcadores, através da ação comercial da rede franqueada JadLog”, disse o diretor comercial da empresa, Ronan Hudson. A JadLog planeja manter a média de investimentos dos anos anteriores, na casa de R$ 20 milhões para renovação de frota terrestre, incrementos de TI, treinamentos, equipamentos operacionais e instalações.
Fonte: Valor Econômico