Aeroportos e companhias se preparam para reduzir custos operacionais.
Enquanto Azul Cargo foca em destinos, TAM Cargo e GRU miram operações
Frente a um cenário de retração econômica, automatizar e investir em sistemas operacionais são as melhores estratégias para ter alta em 2015. Um exemplo é a TAM Cargo, que promete investir até 2016 cerca de R$ 94 milhões.
De acordo com a empresa, o maior gasto será com infraestrutura, que totalizará R$ 80 milhões. Os outros R$ 14 milhões serão dedicados a tecnologia, segurança e sistemas. O maior foco destes investimentos foi voltado ao terminal inaugurado ontem em Guarulhos, que já recebeu aporte de R$ 38 milhões.
O empreendimento em São Paulo tem 15 mil metros quadrados e é o maior terminal de cargas do Grupo Latam no País. Isso porque o aeródromo representa cerca de 28% das quilogramas transportadas pela companhia, diz o diretor-geral da TAM Cargo, Luís Quintiliano.
O perfil dos produtos transportados serão diversos, mas os setores de automobilismo, de farmácia, eletrônico e têxtil devem ter maior relevância. A TAM Cargo também está realizando investimentos em outros 22 terminais, dos quais a maior parte deverá receber modernização. Os próximos a serem inaugurados estão no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Fortaleza.
Mercado
O novo terminal da TAM Cargo vem para consolidar a posição do GRU Airport no mercado aéreo doméstico de carga, além de manter o nível de excelência na operação, como ressaltou ontem o presidente do GRU Airport – Aeroporto de Guarulhos, Antônio Miguel Marques.
O aeroporto de Guarulhos teve participação de mercado de 36% em 2014, considerando exportações e importações no modal aéreo. “E esperamos crescer pelo menos 1 ponto percentual este ano”, aponta Marques. Segundo ele, a Gollog e os Correios também possuem terminais próprios no aeroporto. “Com as companhias focando em modernização temos uma liberação de carga mais rápida”, analisa.
O diretor de operações de cargas do GRU Airport, Marcus Santarém, afirma que os terminais externos representam a maior parte da carga doméstica transportada no aeroporto. “E ainda temos espaço para outros terminais no corredor não alfandegário”, analisa.
Ainda para o executivo, este ano o setor deve focar em redução de custos. “Se investimos em eficiência operacional e fazemos mais com menos não precisamos ampliar”, diz.
No aeroporto, duas mudanças importantes estão em processo: o fim da implantação do sistema de gestão CMS e o sistema de reconhecimento eletrônico e-AWB, que funciona apenas no setor de exportação e deverá iniciar operações este ano no setor de importações.
“No início da gestão, o tempo de controle de carga do momento de chegada no aeroporto até o final demorava 121 horas. Agora, nós fazemos isso em 75 horas”, celebra.
Foco em destinos
A Azul Cargo também planeja ampliar este ano a unidade de cargas, que está presente em 73 aeroportos. O objetivo é chegar até as 105 cidades atendidas pela Azul Linhas Aéreas.
No ano passado, a unidade de cargas apresentou crescimento de 20% no transporte de produtos, equipamentos e mantimentos em todo o País, ante 2013. Já o market share da Azul Cargo aumentou em 25%, de um ano a outro.
Na Região Norte, a empresa ampliou em 12% as operações. As principais bases da empresa estão em Manaus e em Belém.
17/03/2015
Por Vivian Ito – DCI