Santander disponibiliza R$ 15 bilhões e custeio de estagiário para pequenas

Plataforma lançada ontem será voltada para companhias com faturamento de até R$ 80 milhões; atualmente, o banco já possui R$ 38,5 bilhões emprestados para empresas nessa faixa de renda

O Santander Brasil anunciou ontem a disponibilização de R$ 15 bilhões em crédito adicional para pequenas e médias empresas (PMEs) no lançamento de sua plataforma global voltada para o segmento no País, o Santander Negócios & Empresas.

O banco também projeta custear integralmente, por até quatro meses, 500 estagiários para companhias no âmbito do programa, ao longo 2015. Nos próximos três anos, a estimativa é que chegar a 3 mil subsidiados – os estagiários serão selecionados pelo empresário em uma das 27 universidades parceiras da instituição financeira.

Segundo Conrado Engel, vice-presidente executivo sênior de Varejo do Santander, a nova plataforma será voltada para empresas com faturamento de até R$ 80 milhões anuais – atualmente, o banco possui cerca de 700 mil clientes dentro da faixa de renda.

“Essa plataforma já existe em outros países. Nós a montamos aqui, agora, para atender as demandas específicas desse segmento no Brasil”, disse, ressaltando que o projeto foi resultado de uma pesquisa de 18 meses.

De acordo com Jusús Zabalza, presidente da operação brasileira do Santander, as companhias de menor porte são responsáveis por 20% do PIB brasileiro e 60% dos empregos formais. “A plataforma mostra nossa confiança no País. O Santander acredita na recuperação do segmento”, disse.

Engel apontou ainda que as PMEs no Brasil são muito focadas no mercado doméstico e o projeto abrirá espaço para a internacionalização. “Essas empresas tem vocação para exportação muito grande. O modelo permitirá a elas fazerem negócios com empresas de países onde o Santander atua”, observou.

Atualmente, a plataforma direcionada para PME já funciona na Espanha, México e Reino Unido.

Evolução

Até o final de março, o Santander possuía R$ 31,6 bilhões emprestados para as pequenas e médias empresas – R$ 38,5 bilhões se considerados os ativos setor de adquirência, responsável pela captura das operações com cartões e a antecipação de recebíveis.

Ede Viani, diretor responsável pelo Santander Negócios & Empresas, afirmou que os R$ 15 bilhões em crédito adicionais serão liberados de acordo com a demanda das empresas. “É um segmento que a gente acredita e confia”, disse.

Os executivos não entraram em detalhes sobre os juros que serão oferecidos, porém disseram que os custos reduzirão conforme a concentração e volume de negócios da empresa junto ao banco e o tempo de relacionamento.

“O menor juro será de 0% ao mês”, apontou Zabalza, se referindo ao Santander Master, linha de cheque especial na qual não haverá cobrança de juros nos primeiros cinco dias.

Segundo Engel, a instituição espera continuar crescendo a carteira PME de “forma saudável”, sem metas específicas, a partir da nova plataforma. “Nos países onde o projeto foi implantado, o volume de negócios dos clientes com o Santander cresceu entre 10% e 15%”, disse Viani.

Embora não tenha aberto os números, Engel disse que os calotes da carteira PME seguiram em linha com a evolução da inadimplência de empresas geral, que caiu 0,6 ponto percentual em 12 meses, para 2,0% em março.

Linhas e Serviços

Zabalza afirmou que o Santander Negócios & Empresas não terá foco em uma linha de crédito específica. “Procuraremos atender a demanda de cada setor e especificidade da empresa”, explicou.

Além do Santander Master, outra linha diferenciada oferecida para as pequenas é o Giro Bonificado, linha de capital de giro que isenta as empresas com todas as obrigações em dia de quitarem até três parcelas do empréstimo.

Segundo os executivos, o banco contará com 5 mil funcionários capacitados para o atendimento das pequenas.

Outra novidade é que as maquinas de cartão da GetNet, rede de adquirência do Santander, passarão a aceitar todas as bandeiras a partir do terceiro trimestre. Dentro da plataforma PME, o banco espera reduzir o tempo de instalação dos terminais para até dois dias.

“Quanto mais concentrarem as operações nas nossas máquinas, mais crédito e menor custo a empresa terá”, salientou o presidente do Santander.

Aquisição do HSBC

Questionado sobre a aquisição da operação brasileira de varejo do HSBC, Zabalza disse que o foco é o crescimento orgânico, mas que o banco avalia a possibilidade de negócio. “Um patrimônio US$ 4 bilhões [do HSBC], para um nível de capital como o nosso, é acessível”.

DCI

Por Pedro Garcia

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