Operação Arcanus desarticulou esquema de facilitação na fiscalização.
Policiais cumprem 8 mandatos de prisão temporária.
A Polícia Federal deflagrou na manhã de quarta-feira (20/05) a Operação Arcanus, que teve como objetivo desarticular um esquema que facilitava, de forma irregular, os processos na imigração e os procedimentos de tráfego marítimo de embarcações no Porto do Rio de Janeiro. O esquema, de acordo com a PF, contava com a participação de agentes públicos.
Trezentos policiais federais, com apoio da Marinha do Brasil, cumprem oito mandados de prisão temporária, 33 de condução coercitiva e 37 de busca e apreensão no Rio, Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti, no estado do Rio de Janeiro, e em Paranaíba, no Piauí.
As oito ordens de prisão são contra cinco servidores da Anvisa e três da Polícia Federal. Uma das conduções coercitivas é contra um Praça da Marinha. De acordo com informações da PF, os funcionários da Anvisa emitiam o Certificado de Controle Sanitário de Bordo das embarcações sem inspecioná-las.
O delegado Renato Madsen, que conduziu as investigações, informou que descobriu que os servidores públicos mantinham uma relação ilícita com empresas que trabalham na região portuária. Ele afirmou que 38 ações irregulares foram identificadas e outras pessoas podem estar envolvidas no esquema.
“As apreensões identificaram 38 eventos criminosos e estamos procurando provas para corroborar com a investigação. A ação era praticada em conjunto com empresas de grandíssimo porte e empresários do porto do Rio. Dentro da polícia de imigração, foram vendidas facilidades para entrar. Na parte da Anvisa também teve facilidade, eles dispensavam certificados importantes”, afirmou.
Em nota, a Polícia Federal informou ainda que os policiais federais deixavam de adotar o procedimento imigratório regular. O nome da operação, Arcanus (termo em latim que significa oculto, escondido), refere-se ao modo oculto e reservado através do qual os crimes foram praticados em áreas de controle e acesso restrito do porto.
Os presos foram indiciados, na medida de suas participações, por corrupção ativa, corrupção passiva, concussão (quando servidor público exige dinheiro ou vantagem em razão da função que ocupa), inserção de dados falsos em sistemas, organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, dentre outros.
G1 do Rio de Janeiro