Fonte Anvisa
Material traz dados nacionais das inspeções sanitárias realizadas em 2021.
Já está disponível para consulta o 14º Boletim de Avaliação de Risco em Serviços de Hemoterapia (SH) com base em dados de 2021. O material foi elaborado segundo informações produzidas a partir de inspeções sanitárias em 766 (35%) dos 2.175 serviços de hemoterapia existentes no país. De acordo com o boletim, os dados mostram uma redução do risco potencial relacionado aos processos de transfusão e do ciclo do sangue nos SH, caindo de 22% para 7% nos últimos 11 anos.
Ao todo, 92,7% dos serviços inspecionados e avaliados em 2021 estão classificados nas categorias de baixo, médio-baixo ou médio risco potencial, valor próximo da média dos últimos cinco anos.
Em 2021, as inspeções sanitárias concentraram-se nos meses de setembro e novembro, com maior representação na região Sudeste (41%). Cerca de 91% das avaliações referem-se à renovação da licença sanitária (49%) e ao monitoramento dos estabelecimentos (42%). Considerando o tipo de serviço oferecido, os maiores percentuais de cobertura das inspeções referem-se às Unidades de Coleta (55%) e às Agências Transfusionais (36%).
No que diz respeito a não conformidades encontradas, as mais recorrentes foram a ausência de auditoria interna (39%) e aquelas referentes ao projeto arquitetônico do serviço (33%).
De acordo com o boletim, a pandemia gerou forte impacto na realização das inspeções no país, uma vez que os percentuais de cobertura sofreram queda, ficando em 21% em 2020 e 35% em 2021, portanto, abaixo da média anual de 53% verificada nos últimos oito anos anteriores aos da pandemia.
Os dados apontam que 302 serviços avaliados pertencem ao Sistema Único de Saúde (SUS); 257 são unidades privadas que prestam serviços à rede pública de saúde; e 207 são estabelecimentos com atendimento exclusivamente particular.
Método
A avalição foi feita com a utilização do Método de Avaliação de Risco Sanitário Potencial (Marp-SH), ferramenta desenvolvida pela Anvisa, em parceria com as Vigilâncias Sanitárias (Visas) de estados e municípios. A elaboração do método levou em consideração os regulamentos sanitários pautados em boas práticas relacionadas ao ciclo do sangue, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A ferramenta permite avaliar e classificar os serviços, de acordo com sua adequação à legislação sanitária. Dessa maneira, maiores percentuais de adequação indicam menores possibilidades de riscos envolvidos em procedimentos transfusionais.
Monitoramento
O constante monitoramento dos serviços de hemoterapia é importante, já que os processos de transfusão e do ciclo do sangue envolvem riscos que podem comprometer a saúde de doadores, de profissionais de saúde e de pacientes. Daí a necessidade da avaliação e do uso de dados, para fazer a classificação de risco potencial e implementar ações corretivas e de aprimoramento dos serviços.
Dessa forma, os resultados do Marp-SH orientam a definição e a priorização de estratégias de intervenção por parte do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e de gestores de saúde locais. Os resultados também subsidiam ações e programas da Anvisa e do Ministério da Saúde (MS), coordenador da rede de serviços de hemoterapia (Hemorrede) em âmbito nacional.
Ressalta-se, ainda, a importância da continuidade das ações conjuntas e articuladas no período pós-pandemia de Covid-19, para a recuperação e o fortalecimento das ações fiscalizatórias e da promoção de estratégias para melhoria dos serviços.
Confira a íntegra do 14º Boletim de Avaliação de Risco em Serviços de Hemoterapia (SH) – 2021.