O alerta em relação ao maior surto do vírus ebola já registrado nas últimas quatro décadas -que já afetou cinco países do continente Africano – levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a intensificar a fiscalização nos portos e aeroportos de Alagoas e de todo o Brasil.
De acordo com a assessoria de imprensa da Anvisa, a abordagem dos passageiros segue as definições já estabelecidas em protocolos.
“Indivíduo procedente, nos últimos 21 dias, de país com transmissão disseminada ou intensa de ebola que apresente febre de início súbito, podendo ser acompanhada de sinais de hemorragia, como diarreia sanguinolenta, gengivorragia, enterorregia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria”, explica.
Os países com maior número de pessoas que foram infectadas com ebola são Líbéria, Guiné e Serra Leoa.
“A Anvisa atua nas situações em que o viajante apresente estes sintomas antes de entrar no país. A partir daí a atuação é do sistema de saúde local”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) categorizou o atual surto de ebola na África como Evento de Saúde Pública de Importância Internacional. Em resposta, o Brasil estabeleceu um Centro de Emergência em Saúde (COES) para atualizar a situação e atualizar as medidas preconizadas do plano de contingência para evitar a disseminação da doença em outros países.
“Não há restrição de viagem com comércio com os países afetados. Há recomendação de triagem de viajantes na saída desses países. Os profissionais de saúde com destino as áreas afetadas devem se deslocar apenas em missão oficial do Ministério da Saúde. Em casos suspeitos de ebola deve ser feito o isolamento nos pontos de entrada e os países devem estar preparados para detectar, investigar e atender casos de ebola, incluindo a qualificação de laboratórios de referência”, explica a assessoria de imprensa da Anvisa.
ESCLARECIMENTO
A transmissão do ebola ocorre somente por meio de contato direto com fluidos corporais – sangue, fezes, suor, sêmen, saliva – de uma pessoa ou animal infectados, vivos ou mortos, ou ainda por contato direto com objetos contaminados como agulhas, lençóis ou roupas sujas.
O vírus não é transmitido pelo ar, água, alimentos ou vetores e a transmissão só ocorre após início dos sintomas no infectado.
“Os grupos de maior risco nos surtos na África são os profissionais de saúde e os parentes, vizinhos e membros da mesma comunidade. O vírus ebola é facilmente inativo por sabão, água sanitária, luz solar ou secagem”, explica.
Em casos de passageiros com suspeita de estar com a doença em portos e aeroportos, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) deve realizar o primeiro atendimento e a remoção para a unidade de referência. No caso de Alagoas, o Hospital Escola Dr. Hélvio Auto.
Hélvio Auto recebe equipamentos adequados
O Ministério da Saúde recomendou que todos os estados do Brasil preparem uma estrutura para receber possíveis pacientes com suspeita de ebola. O alerta foi dado depois do primeiro caso de suspeita do vírus no país – já descartado após resultado de exames.
Em Alagoas, o Hospital Escola Dr. Hélvio Auto já isolou uma ala para realizar os primeiros atendimentos.
De acordo com a assessoria de imprensa, o hospital já recebeu todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O material foi providenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) na sexta-feira passada (10).
A assessoria do hospital informou que recebeu duas caixas contendo 100 aventais cirúrgicos com especificação: material SMS 100% Polipropileno em tamanhos M e G; 50 unidades de protetor facial; 100 unidades de luvas nitrílicas; 20 unidades de respirador PFF-2S com válvula; 80 unidades de respirador PFF sem válvula.
O Hospital informou ainda que está aguardando a chegada de cobre-botas para que os trajes fiquem completos. Os servidores do setor da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Hélvio Auto já estão organizando a montagem dos kits para o uso dos profissionais que passaram por capacitação.
De acordo com o médico infectologista Fernando Maia, o hospital se preparou para isolar pessoas com suspeita de ebola e profissionais foram capacitados.
“É um vírus altamente contagioso e que tem uma capacidade de dispersão muito grande, por isso essa preocupação em manter a pessoa isolada. Apesar dessa característica, eu não acredito que o vírus se instale assim tão rápido no país. Além disso, ainda não confirmaram se o paciente do Paraná está mesmo com a doença”.
Fonte: Tribuna Hoje
Imagem: Reprodução